O momento de fazer o planejamento de um ano letivo deve ser de reflexão e de autoavaliação por parte da equipe escolar.
Realizar o planejamento um ano letivo é, certamente, um dos momentos mais importantes do calendário de atividades de uma escola e exige grande reflexão por parte dos educadores, a fim de observar e replanejar suas atividades em face de novas práticas educacionais.
Aqui, chamamos a atenção para o fato de que o educador não é apenas o professor, mas sim todos aqueles que, em uma escola, estão envolvidos diretamente com a formação de seus alunos, em seus mais diversos níveis, desde o operacional até o docente, de fato.
O planejamento escolar contempla aspectos avaliativos, formativos e de todos os trabalhos que serão coordenados pela escola para as atividades que serão desenvolvidas junto aos discentes.
Esse momento requer a presença de todo o corpo de educadores por prever que todos estão intimamente envolvidos no processo e que todos terão suas atividades modificadas ao longo do ano para que seja cumprido o planejamento das aulas.
Obviamente, com a pandemia causada pelo novo Coronavírus todas as atividades foram alteradas de forma substancial e o planejamento das aulas de 2021 deve levar isso em conta.
Seja adequando processos e inovando-os, seja adequando a forma de dar aula, é essencial que o planejamento das aulas compreenda quais são os erros a se evitar!
1 - Assumir o momento do planejamento das aulas como uma questão meramente burocrática
O planejamento escolar como um todo envolve sim um processo burocrático, mas que não em nada de enfadonho ou que não se justifica por si só.
Esse é um momento em que a comunidade escolar como um todo deve se envolver para repensar suas práticas a fim de proporcionar um ano letivo que contemple as necessidades dos alunos e da sociedade como um todo.
Portanto, planejar não significa colocar em um papel o que se gostaria de fazer, mas aquilo que se deve fazer, como e porquê, para quem e quando.
Dessa forma, é possível guiar o trabalho de uma forma muito mais prática, objetiva e compreensível para todos, em especial para o aluno que será, em breve, recebido na escola.
2 - Deixar de abordar questões sociais relevantes
O planejamento das aulas sempre deve ter em seu horizonte quais são as questões sociais que devem ser trabalhadas ao longo de um ano letivo, sobretudo porque a escola tem uma função social mais do que relevante, essencial.
Em 2021 é fundamental que temas como o novo Coronavírus seja contemplado em todas as suas dimensões: emocionais, éticas, estatísticas, biológicas e sociais, bem como outros temas que não saem da nossa pauta: racismo, homofobia, diferenças sociais que esgarçam nosso tecido social.
Esses temas fazem com que a escola permaneça dentro do universo em que ela realmente deve estar: na própria sociedade, ativa, funcional, essencial.
3 - Achar que o planejamento das aulas é fixo e imutável
O planejamento das aulas deve sempre estar atrelado ao que acontece no mundo, ao redor dos alunos, na sociedade em que eles estão contidos e, por conseguinte, atuantes.
Quando uma aula não contempla a esfera prática da vida, ela deixa de estar presente e fazendo sentido para seus alunos, que podem se tornar mais atuantes de acordo com o que aprendem e vivenciam na sociedade.
O exemplo do novo Coronavírus é essencial para compreendermos a validade de uma aula que sempre mude atrelada às vivências da esfera social - da qual ela também faz parte -, tanto por seu crescimento exponencial quanto pela tratativa muitas vezes negacionista que acaba por existir.
Frente ao negacionismo, a escola poderia ser ainda mais atuante, dado que seus alunos deveriam conhecer, por exemplo, a tratativa biológica de um vírus e como uma vacina pode ser produzida a fim de exterminá-lo ou colocá-lo sob controle.
4 - Planejar sem o apoio de dados
Os dados que podem ser apurados dos anos anteriores são essenciais para que a escola conheça, reflita e possa mudar a sua realidade.
Diante deles, é essencial ter uma postura assertiva, atacando as questões que fazem com que os índices de reprovação, notas baixas, baixa participação da família, excesso de faltas ou evasão escolar possam ser tratados e contemplados por um plano de ação, a fim de que sejam também evitados, modificando, dessa forma, a cultura escolar.
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