É preciso dar um passo além da sala de aula e estreitar laços que podem ter sido afrouxados com o professor por conta do tempo de isolamento social. Veja como!
A pandemia causada pelo novo Coronavírus - e agora por suas variantes - definitivamente fez com que o professor e outros profissionais de diversas áreas se vissem, talvez pela primeira vez, em um ambiente totalmente disfuncional.
Para nós, educadores, o cenário se tornou ainda mais disruptivo, sobretudo por conta da forma como nos vimos, pela primeira vez, obrigados pelas circunstâncias a trabalhar totalmente longe dos nossos alunos, da nossa escola, dos nossos colegas.
Não é raro que nós, educadores, nos sintamos mais professores, pedagogos ou diretores quando estamos do lado de dentro dos muros escolares, sobretudo porque é nesse espaço em que realizamos de fato as nossas atividades.
Com a necessidade do distanciamento social e com a educação tendo se tornado predominantemente virtual, como é que nossas atividades ficaram? Como é que nosso papel de educador se transformou?
Hoje, já em 2021, com a expectativa de uma vacinação massiva, pensar no retorno à sala de aula é, sem dúvida, aquilo que não deixa de passar pela cabeça de cada um.
Mas como podemos nos preparar para as demandas que virão também com essa retomada? É sobre isso que vamos refletir hoje.
Saiba mais: Professor inspira, mas é o aluno quem lidera. Uma mudança de perspectiva necessária para a aprendizagem.
Acolhimento: o primeiro passo para o recomeço
Quando pensamos em nossas experiências pessoais com a educação certamente teremos um resultado muito comum: lembraremos daqueles profissionais que, de alguma forma, nos acolheram.
Ao retornarmos às nossas atividades no ano letivo de 2021, o acolhimento será essencial para que possamos reafirmar os laços, sobretudo com nossos discentes, que podem estar com profundas marcas emocionais relacionadas à perdas, isolamento e atenção.
Portanto, iniciar o ano abrindo canais de comunicação com familiares e com os próprios discentes será um passo fundamental para que tenhamos uma relação mais sólida em sala de aula.
Da mesma forma que funciona para a relação dos docentes com os discentes funciona para a gestão escolar e todo o seu time de profissionais.
Acolher significa dar um passo adiante na formação de uma educação mais centrada nos seres humanos que participam dela e, certamente, faz desse processo o mais fundamental para a formação de seres humanos.
A saúde mental do professor em pauta
Os processos educacionais, de forma geral, são impregnados pela ideia de que há uma autoridade em sala de aula, que deve ser respeitada - e deve mesmo - e obedecida a qualquer custo.
Contudo, vendo dessa forma, o professor pode acabar parecendo uma pessoa que não se pode contar ou confiar.
Isso traz prejuízos não só para o educando, mas também para o educador, que sofre as penalidades por conta dessa forma de se ver e de ser visto em sala de aula, o que acaba por acarretar em uma sobrecarga mental muito elevada.
Desconstruir os processos educacionais autoritários e fazer deles pontes empáticas faz com que essa carga mental acabe por ser reduzida.
Enquanto classe, os professores já sofrem com múltiplos problemas relacionados à sua valorização e dar um passo além na relação com nossos alunos certamente faz com que esses problemas históricos sejam reduzidos.
Portanto, no retorno às aulas e no planejamento anual é essencial que abordemos essas questões com nossos gestores e com nossos colegas.
Uma educação emancipadora e humanista faz com que uma sociedade se torne mais saudável, sobretudo porque essa relação prevê pessoas saudáveis em sala de aula, capazes de ouvir, de compreender cada um em suas diferenças, buscando por igualdade.
Assim, se faz urgente que possamos também observar as carências dos nossos alunos nesse processo, encaminhando suas necessidades sempre que necessário e, mais do que isso, observando-os como seres humanos também em suas particularidades.
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