Como ficou a alfabetização no ensino remoto? E o que temos a aprender com essa nova forma de ensinar? Continue lendo e descubra!
Em 2020, o processo de ensino e aprendizagem sofreu um grande abalo. Logo no começo do ano letivo tivemos de tornar o ensino totalmente remoto a fim de atender aos parâmetros de preservação da saúde e da vida, dado o contexto pandêmico.
Embora nunca tenhamos sido treinados para isso - embora hajam sim experiências bem-sucedidas de ensino remoto em graduações e em especializações -, tivemos de dar o nosso melhor a todo tempo, como uma forma de assegurar que nossos estudantes tivessem, como sempre, o nosso melhor.
A questão dos equipamentos e sinal de Internet também foi outro dado que nos chamou a atenção, sobretudo em relação ao acesso, que nem sempre é comum e tampouco garantido. Assim, a motivação dos alunos também entrou em nosso campo de debate.
Para os menores, aqueles que estão ingressando na vida escolar, o debate teve de ser ainda mais profundo, sobretudo por conta do processo de alfabetização, que no Brasil tem hora e data para acontecer.
Até o final do segundo ano do primeiro ciclo do Ensino Fundamental se espera que todos os alunos saibam ler e escrever. Isso é uma atribuição do profissional da educação alfabetizador, o especialista em fazer com que uma criança dê o primeiro passo em sua longa jornada educacional.
Por meio da figura do professor, é obtida a desejada mediação entre aquilo que os estudantes já têm enquanto habilidade e aquilo que ainda não têm domínio.
Como é a alfabetização à distância?
O rompimento da rotina do “ir à escola” fez com que professores tivessem de reorganizar uma agenda específica para a alfabetização no ensino remoto, sobretudo pela dificuldade em simplesmente espelhar o que acontece na escola para o que acontece dentro de uma casa.
Para tanto, o planejamento das aulas no ensino remoto teve de contemplar algumas atividades que estavam previstas para a utilização em sala de aula, com a diferença, claro, de que o ambiente não era o mesmo esperado pelos ingressantes e tampouco por aqueles que estavam já no segundo ano.
Dessa forma, levar um pouco do lúdico, como o cantar e como o brincar enquanto se aprende, se tornou mais do que uma missão e, sim, uma necessidade relacionada ao processo de alfabetização e primeiro letramento.
Essa forma de ensinar certamente reduz todo o peso que esse momento costuma ter, uma vez que é a primeira vez que a criança é apresentada a algo que é metódico - ainda que isso não pareça ser, ao menos para ela, que, em um processo lúdico, entende o aprender como uma brincadeira.
Assim, a alfabetização no ensino remoto prevê o uso de argumentos mais divertidos e que vão além de aprender que b, quando acompanhado por a, forma ba.
Essa dinâmica lúdica de ensinar e de alfabetizar é, certamente, um dos maiores ganhos da alfabetização no ensino remoto e, sobretudo, propõe uma reflexão sobre o que fazemos em sala de aula e o que deveríamos de fato fazer.
A alfabetização no ensino remoto deixa um legado
De certa forma, todos os professores são alfabetizadores. Alguns ensinam às crianças as primeiras letras, enquanto outros tornam conceitos ora mais e ora menos complexos de domínio de um aluno.
Seguindo essa lógica, o legado do ensino remoto é muito maior do que poderíamos aferir em março de 2020, quando o distanciamento social se tornou fundamental - que hoje, em setembro de 2021, ainda é - para o controle da pandemia de COVID-19.
No entanto, considera-se o processo de letramento aquele ainda mais fundamental. E o seu legado é, sobretudo, aquele que nos ensinou que é possível ensinar de múltiplas formas, adaptando, remodelando e recalculando rotas sempre que identificamos que elas não nos conduzem mais para o nosso objetivo.
Tornar o processo de alfabetização mais lúdico e mais dinâmico, menos encarcerado em formulações, é o que de fundamental esse momento nos deixa. Façamos uso dele.
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