Muitas vezes, no sistema educacional, a avaliação é vista como um ciclo dividido em: estudar, fazer prova e tirar nota.
Para Heraldo Vianna, em Avaliação Educacional – Cadernos de pesquisa:
“A avaliação muitas vezes é confundida com aplicação de testes e provas, mesmo por pessoas que integram o contexto educacional.”
Utilizar somente testes e provas para avaliar o aluno é uma característica da avaliação comum, na qual o aluno é classificado com base apenas em suas notas.
São características da avaliação comum: mensurar a aprendizagem somente através de notas, classificar o aluno acima ou abaixo da média e selecionar quem passa de ano.
Em oposição à avaliação comum, existe a avaliação formativa, a qual possui algumas perguntas essenciais para se avaliar um aluno: O que avaliar? Para que avaliar? Como avaliar?
Esses questionamentos são importantíssimos para o processo avaliativo. Digo processo pois a avaliação deve ser contínua. Não basta terminar de ministrar um conteúdo, aplicar uma prova escrita e fim, a avaliação está terminada.
Na avaliação formativa, o professor precisa fazer os seguintes questionamentos antes de utilizar algum instrumento avaliativo:
O que avaliar? Pode ser uma habilidade ou uma competência da BNCC.
Para que avaliar? Para identificar dificuldades ou tomar decisões sobre a aprendizagem.
Como avaliar? Através de um instrumento avaliativo que pode ser uma prova oral ou escrita, um debate, uma roda de conversa, apresentação de um trabalho, uma lista de exercícios.
Não podemos confundir avaliação com instrumento avaliativo, pois a avaliação é um processo que acompanha o desenvolvimento do aluno, enquanto os instrumentos avaliativos (produção de texto, peça de teatro, lista de atividades, debate, jogo, prova escrita, entre outros) servem para compor a avaliação formativa.
A avaliação formativa vai além da mensuração das notas e acompanha o processo de aprendizagem dos alunos. Ela não é o fim, mas sim o meio para tomada de decisões e possíveis mudanças significativas no processo de ensino e aprendizagem.
Para Cipriano Luckesi, superestimar as notas deixa de lado a aprendizagem:
“A avaliação centrada em provas e exames secundariza o significado do ensino e da aprendizagem.”
Ao contrário da avaliação comum, a avaliação formativa tem como foco a aprendizagem, pois os instrumentos avaliativos são utilizados com frequência. É um processo contínuo e proporciona análises e redirecionamento no processo de aprendizagem.
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* Vanessa Leite possui certificação APL – Apple Professional Learning, é Historiadora e Pedagoga. Foi professora de Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e atuou na Educação de Jovens e Adultos por sete anos. Pós-graduanda em Gestão Escolar na USP, é Analista de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Educacionais, articulista de blogs educacionais e atua na área da Educação há mais de 10 anos.