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Convivência Inclusiva: evidências de autonomia e individualidade

Atualizado: 1 de nov. de 2022

*por Eliane Soldatti Costa e Valdirene Armenara


Desde o nascimento dos filhos, os pais buscam atender as necessidades vitais dos bebês para que eles cresçam de forma segura, saudável e feliz no seio familiar. Quando temos a confirmação de ser uma criança especial estas considerações de cuidados se ampliam, pois, tudo depende da maneira com que se desenvolverão ao longo de seu crescimento.

Cada criança especial, assim como qualquer outra dispenderá cuidados, da ordem de saúde, latência, suprimento afetivo e amor... Muito amor! São aspectos relevantes que se fortalecem ao longo da vida infantil e definem aos pais a incumbência de zelar pelo crescimento e bem-estar dos filhos especiais. E é neste relacionamento parental que se estabelece a formação psíquica, emocional e social deste “pequeno” indivíduo e também da própria família.


Os filhos são foco das atenções dos pais, pelo menos esperamos que assim o seja... Pois é através deste relacionamento que temos marcos importantes de afetividade, de caráter e desenvolvimento, numa base sólida de autoestima. Essa dedicação integral levam a criança a plena satisfação, e desenvolver autonomia.


Porém estas relações do papel dos pais acabam por apresentar, a difícil tarefa de cuidar e educar, e diante dos desafios do crescimento, lidar com as dificuldades físicas, sociais, e cognitivas do filho especial.


Para os pais um novo ensinamento se estabelece, o da “permissão” aos filhos. Permissão de crescer e de viver sua independência, ainda que se faça necessária a intervenção e/ou presença da família. Um sentimento de olhar para as habilidades do filho especial, e acreditar em sua superação e força.


O termo da “permissão” significa: ação ou efeito de permitir; autorização. [Retórica] Figura de linguagem através da qual aquele que fala deixa ao(s) ouvinte(s) a decisão sobre algo¹. Autorizar a crescer, permitir o espaço de sua aprendizagem.

¹ Consulta site – 15h58: https://www.dicio.com.br/permissao/

O educar é também, papel dos pais, educar-se a si, também o é! Desde a primeiríssima infância a criança está se relacionando com a família, com o mundo e a partir destas interações sociais, ela precisa ter limites e regras de convivência que a ajudem a entender que nem todos os seus desejos ou vontades serão supridos. Que nem todas as coisas serão como desejamos, mas nos esforçaremos a dar condições para que os desafios sejam administrados e exercitados em perseverança em seus objetivos motores, intelectuais e afetivos sociais. O estímulo precisa ser presente, e o crédito a novas oportunidades de experienciar a vida!


Este é o ponto principal de nossa reflexão, trabalhar esta família para observar na convivência com o filho especial, as evidências de habilidades de superação. Desenvolver um olhar apurado, que busca verdades da potencialização, e não limitantes na aprendizagem, são considerações importantes a serem apreendidas na inclusão.


Uma criança com limitações afetivas-sociais e pontualmente vindos da família o tornam sem perspectivas, com baixa autoestima e provavelmente torna-se um jovem adulto dependente e inseguro.


Como podemos lidar com estas situações visando um fim proveitoso e feliz para os nossos filhos?! Provavelmente essa é a pergunta que mais se torna evidente na vida destes pais, dispostos a fazer o melhor pelos seus filhos. Infelizmente encontramos quase nada de bibliografia para orientar Pais e Educadores sobre como lidar com as questões emocionais. Encontramos muita bibliografia sobre as etapas do luto e os possíveis comportamentos das crianças no que diz respeito as faltas no desenvolvimento. Mas no quesito questões emocionais ainda temos muito a descrever.

Atendendo estas famílias, percebemos que a grande maioria, pode-se dizer até que a totalidade conhece profundamente todas as limitações de cada diagnóstico. E temos obtido muito sucesso no processo de desenvolvimento pessoal destes pais quando os incentivamos a identificar coisas do tipo:

  • O que é típico para a idade de seu filho e que ele, mesmo sendo especial, está apresentando?

  • Quais são as características positivas que este diagnóstico traz para a vida de seu filho.

Nesta premissa do discurso - Inclusivo, observamos terapeutas e educadores dando ênfase nas dificuldades, entendendo ser este o papel do especialista, porém há uma menção destes aspectos que oneram o laudo. O fato está em tornar o caso do especial em uma fatalidade diagnóstica. O que nos leva a pensar que de modo geral essa é uma dificuldade da sociedade, e não só da família. Entender as limitações do inclusivo, e manter uma expectativa positiva de vida.


Precisamos mudar é a forma de olhar. Para todo diagnóstico há sim características positivas. Por exemplo: os autistas em geral são muito metódicos e a rotina os acalma. Você já parou para pensar o quanto as famílias de crianças típicas se esforçam e se cansam para ensiná-las a terem rotina? Esse é um desgaste que não é comum para as pessoas autistas, salvo se tiver algum transtorno psiquiátrico associado.


Esse olhar que evidencia as características positivas possibilitará a criança a segurança necessária para se perceber como capaz. E eles podem, e podem muito. Podem escolher, inclusive, o caminho para encontrar sua própria felicidade.


Nosso cérebro é comandado pela forma como queremos enxergar o mundo. O que você enxerga, definirá o tom da sua motivação. E então, deixamos pra você essa reflexão: O que o seu olhar enxerga: facilidades ou dificuldades, ameaças ou oportunidades, possibilidades ou limitações?


Entendemos ser esta uma visão respeitosa das individualidades inclusivas, aprendendo a lidar com as questões positivas das dificuldades diagnóstica, sem menosprezar as capacidades de superação frente as intervenções da convivência familiar e em sociedade. Busquemos um olhar verdadeiro, real e acolhedor para alguém especial!


Aproveite e veja também o Faz Responde com uma entrevista incrível com a psicopedagoga Eliane Soldatti Costa sobre a Síndrome de Down:


 

* Eliane Soldatti Costa é Psicopedagoga e Valdirene Armenara é Psicóloga.

Juntas são Co-fundadoras do Projeto Educamente e trabalham para um mundo mais inclusivo.

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