Procurando maneiras de inovar? Descubra o que é e os benefícios da educação criativa.
Especialmente nos últimos anos, o universo da educação tem passado por diversas transformações. E isso vai além de tecnologias ou do ambiente de aprendizagem. Na perspectiva tradicional, havia um foco na memorização de fatos e dados e na sua repetição passiva. Esse enfoque tem mudado. E um dos elementos que têm contribuído para isso é a educação criativa.
Essa abordagem encoraja os alunos a explorar ideias diferentes, construir hipóteses e combinar conhecimentos para novas soluções. Isso tudo é diferente da postura passiva convencional.
Continue a leitura para compreender mais sobre o que é essa metodologia, seus benefícios e conferir dicas de como inseri-la nas atividades escolares.
O que é educação criativa?
A educação criativa representa uma experiência educacional generativa e positiva, que não apenas contribui para o desenvolvimento do conhecimento de cada aluno, como também de habilidades importantes para seu presente e seu futuro.
Trata-se de uma metodologia que oferece uma oportunidade de desenvolvimento mais integral do estudante, possibilitando que ele aprenda de modo mais envolvente e experiencial, retendo mais eficientemente o conhecimento adquirido, e expanda seu repertório de competências com uma aplicação mais prática e contextualizada do que aprende.
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Isso possibilita, também, que se construa um impacto social mais ativo, por exemplo, com a aplicação de projetos interdisciplinares e práticos em suas comunidades.
Com isso, a educação criativa contribui para tornar o processo de aprendizagem mais heterogêneo, ativo, aberto às participações e diferentes caminhos para construir o conhecimento, combinando o que o estudante já sabe com novos estímulos de aprendizagem e de aplicação disso "no mundo real".
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Quais são os benefícios da educação criativa?
Dentro do contexto das escolas e salas de aula, a educação criativa pode variar de contribuições de menor escala (por exemplo, um aluno compartilhando uma maneira única de pensar sobre um problema de matemática) para a própria aprendizagem e a dos outros para as de maior escala.
Essas últimas, especialmente, beneficiam o aprendizado e a vida das pessoas dentro e fora das paredes da sala de aula (por exemplo, um grupo de alunos desenvolve e implementa uma solução criativa para lidar com o problema de lixo indevido depositado aos redores da escola).
Desta forma, a educação criativa proporciona o benefício de trazer a oportunidade de os alunos contribuírem mais ativamente para a sua própria aprendizagem e para o seu desenvolvimento, de seus colegas e da comunidade.
Além disso, outros ganhos possíveis são:
Estímulo à habilidade de resolução de problemas
As experiências criativas de aprendizagem oferecem novas lentes para abordar problemas e a sua resolução.
Elas permitem que o aluno veja as questões sob novos ângulos, utilize conhecimentos de diferentes áreas, saberes anteriores e que estão sendo adquiridos, para, então, apresentar uma solução.
Construção de um ambiente mais aberto ao erro e à criatividade
O erro também faz parte do acerto. E do processo criativo. Assim, essa abordagem contribui para os estudantes aprenderem a lidar com tentativas de inovar e resolver problemas, tomar decisões e saber como lidar com elas quando não levarem aos resultados esperados.
Essa perspectiva permite que a criatividade não seja colocada à margem do processo de aprendizagem apenas para se chegar a uma "resposta certa". Ainda, faz com que o estudante desenvolva habilidades importantes para lidar com a frustração, ter resiliência e competências inovadoras.
Aprendizado significativo e mais duradouro
Em uma perspectiva tradicional, os alunos acabam mais memorizando dados do que os aprendendo. Quando isso acontece e eles não entendem o que aquilo significa e como se relaciona com sua realidade, é provável que os fatos sejam rapidamente esquecidos após a avaliação ou término do ciclo letivo.
Por outro lado, na educação criativa, os alunos são estimulados a explorar diferentes caminhos para compreenderem o que está sendo tratado, à sua maneira, e, a partir disso, relacionarem teoria e prática de modo mais relevante e significativo, potencializando o seu aprendizado.
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Incentivo ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais
É comum que nas atividades de educação criativa, os alunos atuem mais ativamente com seus colegas, formem equipes e interajam uns com os outros.
Ouvir as ideias dos seus pares, debater juntos e colocar projetos em prática incentivará os estudantes a desenvolverem habilidades de comunicação, resolução de conflitos, autocontrole, negociação e outras.
Como implementar a educação criativa?
Não é necessária uma transformação completa para estimular a educação e o aprendizado criativo. É possível promover uma progressão gradual ou, mesmo, adotar mudanças mais pontuais, mas com potencial de melhorar significativamente o aprendizado e a experiência dos alunos.
Assista aos vídeos da série Enciclopédia Faz:
Entre as dicas para isso, podemos destacar:
Relacione a abordagem aos objetivos de aprendizagem
Não é porque se adota uma perspectiva menos convencional que a educação criativa deixará de responder aos objetivos de aprendizagem.
Entretanto, um erro que, por vezes, ocorre em sua adoção é desvincular suas atividades desses objetivos ou desenvolvê-las apenas como incorporações lúdicas à rotina escolar.
Para que sejam relevantes, é fundamental que elas sejam planejadas para fornecer aos alunos oportunidades de atingir esses objetivos e critérios de maneiras únicas e diferentes.
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Estruture as atividades de educação criativa
Uma matriz simples, com quatro componentes, pode auxiliar na estruturação das práticas:
O quê: o que os alunos farão na atividade (por exemplo, o problema a resolver, a questão a ser abordada, o desafio a ser encarado, etc.);
Como: como os estudantes concluirão a atividade (por exemplo, como o professor poderá mediar o processo e auxiliá-lo a agir mais ativamente, quais tecnologias estarão disponíveis, quais etapas terá o projeto);
Critérios de sucesso: quais serão utilizados para determinar se os alunos concluíram a atividade proposta e atingiram os objetivos estabelecidos (por exemplo, as metas, diretrizes ou indicadores de sucesso acordados);
Resultado: aquilo que será resultante do envolvimento com a atividade (por exemplo, a solução para um problema, os projetos gerados ao concluir uma tarefa, o resultado da resolução de um desafio, a consequência demonstrada ou experimentada do envolvimento em uma atividade de aprendizado).
Permita que os alunos compreendam "o porquê"
Na abordagem convencional, por vezes, o conteúdo começa a ser apresentado sem uma vinculação de sua relevância para a realidade do estudante. Ou, ainda, apenas associado aos objetivos pedagógicos estabelecidos, o que, nem sempre, fará muito sentido ou parecerá tão relevante na visão dos alunos.
Assim, ao invés disso, os professores podem alterar essa dinâmica nas atividades de educação criativa, o que fará com que o aprendizado de alguns conceitos seja vistos como um meio para um fim — e não como um fim em si próprios.
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Por exemplo, os alunos podem ser desafiados a desenvolver um projeto para abordar de forma criativa a questão da água potável contaminada em sua comunidade. Para isso, precisariam aprender sobre a contaminação da água (por exemplo, como testá-la, como erradicar os contaminantes) como parte do processo de com uma solução criativa.
Nesta formulação de proposta, o próprio aluno poderá estabelecer porque está aprendendo sobre determinado conceito e o motivo da importância disso, ao perceber seu uso prático e sua relevância para situações e problemas reais.
Combine metodologias
A educação criativa pode ser inserida de muitas maneiras nas escolas. E elas tendem a ser potencializadas quando se trabalha com metodologias variadas, oferecendo aos alunos maneiras diversas de aprenderem e realizarem as atividades.
Microlearning, gamificação, Hands On e outras metodologias ativas podem ser combinadas para aumentar o envolvimento dos estudantes e potencializar sua participação ativa em seu desenvolvimento.
Assista aos vídeos da série Metodologias Ativas na Prática:
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