Compreenda o que é, quais são os benefícios e como exercer a parentalidade positiva.
Apoiar o desenvolvimento das crianças é uma tarefa complexa e desafiadora. Novos modelos e abordagens educacionais surgem para facilitar essa jornada. A parentalidade positiva é um exemplo disso.
Ela caracteriza-se por buscar uma harmonia entre abordagens rígidas e permissivas, considerando os efeitos no curto e longo prazo para a criança. Com isso, esse estilo parental se concentra em nutrir o bom comportamento, em vez de punir o mau comportamento, orientando a criança por meio de atitudes gentis e firmes.
Para saber mais, continue a leitura. A seguir, descubra sobre os benefícios e formas de aplicar a parentalidade positiva.
O que é parentalidade positiva?
Trata-se de um estilo parental que pressupõe que as crianças nascem boas e com o desejo de fazer a coisa certa. Ele enfatiza a importância do respeito mútuo e do uso de formas positivas de disciplina, se concentrando em ensinar o comportamento futuro adequado, em vez de punir o mau/indesejado comportamento do passado.
A parentalidade positiva, também chamada de disciplina positiva, tem a empatia e a firmeza entre suas bases. Seu objetivo é fazer com que os pais percebam que as crianças em fase de desenvolvimento precisam não somente de comandos, como também de orientação, combinando gentileza com limites apropriados.
Com isso, a parentalidade positiva não é sinônimo de permissividade. Pelo contrário, ela está associada ao estímulo de condutas adequadas, incentivadas a partir de uma abordagem mais humana, com o entendimento do processo de evolução da criança, buscando corrigir erros e reconhecer os acertos de maneira condizente com a realidade dos pequenos.
Sendo assim, é importante compreender que a parentalidade positiva é uma abordagem baseada em evidências que não é nem punitiva nem permissiva. Ela é desenvolvida de maneira amorosa. Envolve regras, expectativas e consequências claras para o comportamento e acompanhamento consistente.
Quais são os benefícios da parentalidade positiva?
Há diversos benefícios potenciais associados à parentalidade positiva. Entre eles, estão:
Esse estilo parental pode reduzir conflitos e estresse familiar;
A parentalidade positiva está relacionada a vários aspectos do desenvolvimento infantil saudável;
Ela pode melhorar a regulação emocional, permitindo que as crianças concentrem a atenção de uma forma que promova a modulação e expressão saudável da emoção;
O objetivo da parentalidade positiva é ensinar a disciplina de uma forma que construa a autoestima da criança e apoie uma relação mutuamente respeitosa entre pais e filhos;
Essa abordagem promove a confiança e a autoeficácia das crianças e fornece a elas as ferramentas necessárias para fazerem boas escolhas;
A parentalidade positiva estimula o desenvolvimento de habilidades sociais e de resolução de problemas das crianças;
A disciplina positiva auxilia na criação de futuros cidadãos conscientes e responsáveis.
Como colocar em prática a parentalidade positiva?
A seguir, descubra dicas e boas práticas para exercer a parentalidade positiva.
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1. Tenha empatia
Ser criança nem sempre é fácil, às vezes é confuso, frustrante e desafiador. Mostre ao seu filho que você entende isso. Tenha empatia com os sentimentos dele e compartilhe suas próprias técnicas para situações semelhantes às que ele enfrenta.
É possível demonstrar empatia, por exemplo, elogiando-o pelo esforço feito. Se ele se esforçou muito em uma tarefa, mostre que você entende o quanto ele se dedicou – mesmo que o resultado obtido naquele momento ainda não seja o pretendido.
Assista ao vídeo sobre inclusão:
2. Utilize ações e comunicação não-violenta
A violência em suas diferentes formas não tem espaço na parentalidade positiva. Ao invés disso, são recomendadas iniciativas e comunicação não-violenta, para que a criança compreenda seu comportamento e aprenda a lidar com suas emoções de modo saudável, sem ressentimentos e insegurança em relação aos pais.
Seguindo essa premissa, ao fazer comentários ou orientações, por exemplo, é importante ter cuidado para evitar envergonhar ou atacar a criança. Para isso, fazer observações sem julgamento é uma alternativa.
Assim, você pode se comunicar utilizando frases como: “Quando vejo você desenhando na parede...” “Lembro-me de ter chamado seu nome e você não respondeu.” “Eu ouvi” ou “eu vi” são ótimas frases iniciais nessa perspectiva.
3. Compartilhe momentos juntos
Passar um tempo regular de qualidade com seus filhos e modelar um bom comportamento é essencial para ajudá-los a desenvolver autoconfiança e relacionamentos saudáveis.
Para um desenvolvimento integral, as crianças precisam de atenção positiva e conexão emocional. Quando não as recebem, a família pode vivenciar conflitos de diversos tipos.
Sendo assim, busque encontrar novas maneiras de passar um tempo de qualidade com seu filho e utilize essas experiências para reforçar a conexão entre vocês e aumentar o nível de confiança mútua.
Dessa forma, seu filho pode se sentir seguro sabendo que seu vínculo está sempre presente (mesmo quando você o disciplina) e terá mais chances de recorrer a você em situações complicadas.
4. Seja objetivo com o estabelecimento de regras
Dedicar tempo para decidir sobre regras importantes, aquelas regras que são inquebráveis, pode ajudar os pais a reduzir o número de limites que precisam estabelecer. Isso geralmente ajuda a criança a entender melhor as expectativas e alivia os adultos da pressão de estabelecer limites para pequenos comportamentos inadequados.
5. Defina regras do tipo "quando-então"
Definir expectativas claras é um aspecto central da parentalidade positiva. Entre os caminhos para isso, há o método “quando-então” para encorajar um melhor comportamento durante os momentos mais desafiadores do dia de seu filho.
Na prática, para isso ocorrer, é preciso explicar para a criança relações entre ações e resultados e entre esforços e recompensas.
Por exemplo, que elas poderão sair para brincar somente após a conclusão da rotina matinal — escovar os dentes, vestir-se, tomar café da manhã etc. — e se houver tempo suficiente antes de saírem para a escola.
Esse tipo de abordagem ajudará a criança também a seguir mais autonomamente uma rotina saudável.
6. Trabalhe com o princípio da escolha
Por meio dele, são oferecidas à criança duas opções de comportamentos positivos para que ela tenha uma sensação de empoderamento.
Por exemplo, você pode dizer: “você prefere tomar banho antes ou depois de escovar os dentes?”. Assim, ela aprende mais sobre como fazer suas escolhas e mantém seu compromisso com comportamentos positivos.
7. Tenha firmeza e empatia ao definir limites
Na parentalidade positiva, o estabelecimento de limites demanda alguns cuidados, tais como:
Seja razoável: os pequenos têm controle de impulso limitado, então procure remover perigos e tentações (como itens frágeis) e faça sua casa se adequar ao seu filho, e não o contrário.
Simplifique: não use frases longas para definir limites.
Seja consistente: a consistência ajuda as crianças a aprender o certo e o errado. Claro, ninguém é 100% consistente o tempo todo. Ocasionalmente, você pode optar por quebrar as regras. Mas, quando fizer isso, deixe bem claro que está abrindo uma exceção (por exemplo: “nossa regra é só comer na cozinha, mas como hoje é aniversário do papai, faremos algo especial, um piquenique na sala”).
Assista ao vídeo sobre a relação entre família e escola:
Para saber mais sobre a parentalidade positiva e diversos outros tópicos relevantes, continue acompanhando o blog da Faz Educação.
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