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Professor inspira e aluno lidera: como fazer?

Educar é, sem dúvida, um processo dialético e não hierárquico. Subverter a ordem de liderança e subordinação é essencial para que um projeto educacional emancipador realmente seja concretizado.

A educação, para além do aprendizado, na prática, é a instância em que o relacionamento interpessoal extrafamiliar se dá pela primeira vez na vida de uma pessoa.


Para além de um espaço em que se ensina e em que se aprende, também existe um componente que diz respeito à forma como nós, seres humanos, interagimos uns com os outros.


Nesse mesmo espaço em que aprendemos a ler, a escrever, a fazer cálculos e tudo sobre as bacias hidrográficas, também aprendemos coisas que nos acompanharão por toda a vida, como liderar e colaborar.


Para além de todo o conhecimento sobre as coisas que a escola propõe, essas últimas acabam por não ser tão trabalhadas ou, muitas vezes, nem nos damos conta de que também fazem parte de um processo educacional - sobretudo quando estamos inseridos em um contexto mais tradicional de ensino.


Diante da falta da escola em tratar desses temas que são essenciais para a vida de uma pessoa adulta, seja em sua família, comunidade ou trabalho, temos indivíduos que confundem liderança com autoritarismo e colaboração com subserviência.


Portanto, é sobre essa lacuna que também devemos atuar enquanto educadores, formando pessoas prontas para um convívio social mais equilibrado, justo e realmente formativo.


E isso, sem dúvida, começa na sala de aula.



O papel do professor em transformar indivíduos em líderes


Dê um passo além do trabalho em equipe e reflita efetivamente na sua prática pedagógica, no projeto político-pedagógico da sua escola e a comunidade que a sua escola atende: é a partir do resultado disso que vamos dar os primeiros passos na criação de verdadeiras lideranças.


No entanto, antes, é importante definir e refletir a respeito do que é um líder.


O líder não se resume e tampouco se restringe ao grande stakeholder de uma empresa - ou aos vários que ela pode abrigar.


As lideranças também se manifestam em nossa comunidade, em nosso bairro, na instituição religiosa que frequentamos e até mesmo em nosso grupo de amigos, geralmente na figura daquela pessoa que sempre sabe o que e onde fazer.


No entanto, isso não se constrói de forma isolada e tampouco afastada do convívio de pessoas da mesma faixa etária. E o melhor lugar para que se desenvolva é, certamente, a sala de aula.



A educação para a formação de lideranças necessita, no entanto, de um contexto específico para que seja efetiva e transformadora.


O primeiro passo para ela é, indubitavelmente, subverter qualquer hierarquia que se possa pressupor como necessária para a execução do processo educacional.


Não devemos nos encarar, enquanto professores, como aqueles que educam.


Confiar na capacidade de cada aluno de aprender e, sobretudo, de partilhar conhecimentos com seu grupo de uma forma realmente significativa é o primeiro passo para o desenvolvimento de lideranças.



Através da criação de atividades em que os alunos assumam-se como protagonistas de sua aprendizagem, certamente teremos também essas potencialidades exploradas de uma forma muito mais bem sucedida do que, simplesmente, aplicando aquele tradicional trabalho em grupo.


As metodologias ativas para a formação de lideranças


A metodologia ativa tem por princípio um formato educacional em que o aluno seja protagonista de sua aprendizagem, o que inclui, necessariamente:

  • Que ele se sinta desafiado a buscar por respostas e compartilhá-las com seu grupo de estudo;

  • A execução de um projeto em que várias perguntas e respostas sejam desenvolvidas e tenham o conhecimento oriundo delas aplicado;

  • O compartilhamento de responsabilidades, estimulando um hábito de cooperação, parceria e solidariedade entre os alunos;

  • Que as dificuldades manifestadas pelos alunos durante o processo sejam levadas em conta pelo professor como um estímulo, a fim de proporcionar um replanejamento da aula.

Isso não quer dizer que teremos o fim da figura do professor, tampouco que as aulas expositivas deixarão de fazer qualquer sentido.



Nessa prática, levar em conta o protagonismo do aluno significa torná-lo uma figura ativa dentro da sala de aula, muito distante da figura passiva do aluno que recebe conhecimentos e não os cria.


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