Conheça dicas para preparar e conduzir a roda de conversa e estimular a participação das crianças.
Na Educação Infantil, o desenvolvimento da linguagem oral é especialmente significativo para a comunicação, interações e relacionamentos sociais e para a construção de um sentimento de pertencimento. Seu estímulo é realizado pelos educadores por meio de diversos tipos de abordagens e atividades, incluindo a roda de conversa.
Além disso, com esse tipo de prática, é possível desenvolver a construção de laços mais fortes entre as crianças e seus colegas e delas com os professores.
Isso é bastante significativo para a promoção de um ambiente acolhedor, no qual elas sintam que possam se expressar e suas vozes são valorizadas e que favoreça o desenvolvimento das potencialidades das crianças e sua adaptação à vida escolar.
Continue a leitura para compreender mais sobre o funcionamento e as contribuições da roda de conversa nesta etapa e conheça dicas para preparar esse momento e conduzi-lo na Educação Infantil.
Como são as rodas de conversas na Educação Infantil?
De acordo com o Referencial Curricular Nacional (RCN) para a Educação Infantil, a roda de conversa é um momento voltado ao diálogo e à troca de ideias com os alunos, por meio da oralidade.
A roda de conversa pode servir como abordagem para estimular e aprimorar habilidades importantes desde o início da Educação Básica, tais como:
Explicar;
Descrever;
Ouvir com atenção;
Expressar opiniões;
Perguntar;
Argumentar.
Para o seu funcionamento possibilitar o alcance dos objetivos esperados, é crucial que o educador planeje previamente a organização do espaço, que deve ser confortável e estimular a participação. A estrutura de roda é essencial para potencializar a integração, fazendo com que os colegas possam se enxergar e não apenas olhar para o educador.
Ainda, o educador deve projetar previamente como será esse momento, estabelecer regras e formas de intervenção e estímulo para quando forem necessárias.
Qual é a importância da roda de conversa?
Trata-se de uma importante aliada para incentivar a colaboração, o respeito, a cooperação e o senso de pertencimento das crianças.
Ela também é relevante para que alunos e educadores tenham um momento mais previsível na rotina para tratar sobre questões como:
Revisar a programação do dia;
Refletir sobre o que foi aprendido;
Resolver problemas coletivos da turma;
Trocar experiências;
Permitir que as crianças compartilhem suas opiniões, sugestões ou comentários e sintam-se mais envolvidas na sala de aula.
Como visto, a roda de conversa também é importante por contribuir para estimular habilidades de escuta ativa, fala e cooperação, além de promover uma compreensão de como os comportamentos e atitudes afetam os colegas e o respeito e tolerância a diferentes pontos de vista.
Assista ao vídeo sobre a importância da boa relação com os alunos:
Como conduzir a roda de conversa com mais assertividade na Educação Infantil?
A seguir, conheça algumas dicas que podem contribuir para que a roda de conversa traga as contribuições esperadas e estimule a participação ativa dos alunos.
Planeje a duração das rodas de conversa
O período de atenção das crianças é curto. Por isso, é importante dimensionar uma duração mais enxuta para esse momento, algo em torno de 10 a 20 minutos, de modo que todos os alunos consigam participar.
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Avalie utilizar músicas
Músicas que incorporem jogabilidade e ação — como a "Cabeça, ombro, joelho e pé", por exemplo — podem introduzir o momento de formação do círculo e manter as crianças concentradas para participarem da atividade posterior.
Aproveite para revisar e refletir sobre as atividades do dia
É possível utilizar o tempo de roda de conversa para revisar as próximas atividades ou refletir sobre o que foi feito ou aprendido no dia. Este momento contribui para que as crianças retenham as informações, especialmente ao explicarem com suas palavras o que é proposto.
Aumente a interação com atividades práticas
Na Educação Infantil, o aprendizado cinético tem grande relevância. Com isso, quanto mais as crianças descobrem, se movem, participam, dançam, etc., durante atividades estruturadas, mais engajadas elas podem se tornar.
Assim, desenvolver atividades que promovam uma experiência que envolva o corpo e a mente durante a roda de conversa pode oferecer bons resultados de participação e aprendizado.
Assista ao vídeo sobre tecnologias em sala de aula:
Utilize recursos auxiliares
Associado ao tópico anterior, fazer uso de objetos e imagens para serem tocados, compartilhados, analisados e manipulados durante a roda de conversa também pode ser algo proveitoso para a condução desses momentos.
Por exemplo, uma bolinha que representa a vez de cada um falar, um fantoche que chama os alunos para formarem o círculo, um ursinho para ser cuidado ao falar sobre conflitos e temas como bullying, etc.
Estipule uma rotina, mas tenha flexibilidade
De modo geral, as crianças aprendem melhor quando sabem o que esperar. Sendo assim, busque organizar a roda de conversa em um horário fixo e em torno de uma estrutura consistente à qual elas possam se ajustar e manter um fluxo consistente de participação.
Ao mesmo tempo, especialmente na interação com crianças, sabemos que é necessário estar aberto a adaptações. O educador deve estar preparado com o planejamento básico e, também, ter em mente como flexibilizar o momento caso a atenção dos alunos se reduza, haja conflitos, pouca participação, etc.
Abra espaço também para comemorações e pautas sociais
Conversar e comemorar ocasiões como aniversário dos colegas, feriados e férias também permite desenvolver competências socioemocionais nos alunos com o apoio da roda de conversa.
Nesses momentos, eles podem expressar (por vezes, com a ajuda e o incentivo do educador) sentimentos, emoções desejos e planos.
Encoraje o protagonismo do aluno
Para a roda de conversa funcionar com os melhores benefícios, o educador não deve agir como detentor da palavra, com rigidez ou controle excessivo.
É importante fazer a mediação e condução desse momento incentivando que os alunos sejam seu protagonista.
Para isso, é indicado formular uma proposta adequada à turma, ouvir com atenção e demonstrar interesse no que as crianças compartilham e buscar envolvê-las com a atividade, mantendo seu foco e concentração.
O educador, nessa abordagem, é uma espécie de "participante mais experiente", que permite que as interações em torno da proposta fluam e todos sintam que têm espaço para expressarem-se de modo mais autônomo.
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